Pessoas.

Às vezes as pessoas não olham para o outro lado.

Só olham para si mesmas.

Não conseguem imaginar o que o outro sente.

Nao exercem empatia.

Portanto, suas vidas são o centro do mundo.

Seus problemas, seus desejos, seus assuntos.

Lugar de personagem é no palco

Vivemos uma época vergonhosa.
Tanta gente se fantasia do que não é para ganhar ibope, likes, prestigio mentiroso, vazio, oco, sem limites.
O compromisso com a mentira é maior do que com  verdade.
As mídias sociais são palco para textos prontos, histórias inventadas, fakes de todo lado, todo tipo, todo lugar.
O orgulho virou moda.
O egoísmo.
O achismo.
Todo mundo quer dar opinião em tudo.
Quer gritar pro mundo o que pensa a qualquer custo.
Pessoas morrendo por notícias falsas, pessoas solitárias sendo trapaceadas.
A mentira se une ao sonho, a ilusão se une com a necessidade, os desgastes viram pautas públicas, as brigas, as rezas, as orações.
Ninguém ora à Deus, oram às redes sociais para serem vistos, ouvidos e respondidos, não por Deus, mas por aqueles que os considerarão especiais, mais santos, mais bacanas.
O tempo é feio.
O tempo é de maquiagem na vida.
De perdas nos contatos pessoais.
Vemos por aí as pessoas postando em hospitais, em cemitérios, em acidentes, em perigo.
Pessoas que cada pensamento compartilham em rede, cada dúvida.
As pessoas se perderam delas mesmas.
Elas não tem mais sua própria história.
Vivem para os outros.
Para agradar.
Para contar.
Para demonstrar.
Para causar.
Para nada.
Personagens.
E lugar de personagem é no palco.
Não na vida.