sexta-feira, 13 de julho de 2018

Olhos

Ele se vestiu de mentira e fingiu ser o que não era.
Mas quem tinha olhos podia ver o que era.

Ele se vestiu de bom e foi.
Pra ganhar atenção e anseios.
Pra encher de ilusão e venenos.
Pra fazer adormecer quem podia enganar.

Quem tinha olhos e luzes e suportes viu o que não se via.
Viu tudo que se escondia.
Viu tudo que queria.
Não mentiu não ver.
Só arregalou mais e de butuca ficou.
Atento aos botes,
Que já não podiam matar,
Que já não podiam encantar,
Que já não faziam enganar.
Já não podiam esganar sua liberdade.

Quem tem olhos,
e olha,
não é jogado nos buracos sem fim.

Não entra nas tormentas das tempestades que se aproximam.

Vê e foge.

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