A morte é um fato muitas vezes abafado pelos nossos sentidos.
Pensar a morte é duro.
Pensar a morte é dolorido.
Sendo assim, é fato que a maioria das pessoas não pensa sobre ela. Mesmo assim, ela está sempre perto, como um destino certo na vida.
A lei da polaridade reina também nisso.
Tudo que nasce morre.
Esconder esse fato é não desejar confrontar o medo do que na verdade não conhecemos.
Não vivenciamos.
Penso eu, aqui nessa minha caixa, que morrer é algo dolorido.
Mesmo quando tantos falam sobre quem morre dormindo.
Que não sofre.
Não vejo assim.
Nascer, é lindo, mas também dói.
As crianças berram ao sair de suas bolhas.
A luz irrita as pupilas, os sons nos seus ouvidos, o ar entrando pela primeira vez em seus pulmões fora de sua antiga casa. Dói.
Morrer também. Tudo está partindo.
O ar está parando.
Os órgãos não querem funcionar.
A falta de controle do corpo.
A mente pode estar intacta mas o corpo está partindo.
Na minha concepção, dói.
Dói o corpo e a alma.
Sabemos que vamos.
Ainda assim na maioria das vezes não somos totais.
Não somos entregues da forma que deveríamos.
Mesmo sabendo o quanto somos breves.
Temos medos tão tolos que se bem pensados podem ser extintos.
Porque fato é que passamos.
E porque destinar nossa vida a viver fragmentos de tudo que na verdade deveríamos viver e ser?
A morte vem e para ela, sempre será cedo.
Porque temos tanto a viver.
Seja com 90 ou 5.
Seja como for.
Sempre temos muito a viver, simplesmente porque não vivemos como gostaríamos.
Por medo da vida, não vivemos.
Por medo da vida esquecemos que a morte se inicia quando a gente começa nossa vida.
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