terça-feira, 26 de julho de 2022

A morte e o medo

A morte é um fato muitas vezes abafado pelos nossos sentidos.

Pensar a morte é duro.

Pensar a morte é dolorido.

Sendo assim, é fato que a maioria das pessoas não pensa sobre ela. Mesmo assim, ela está sempre perto, como um destino certo na vida.

A lei da polaridade reina também nisso. 

Tudo que nasce morre.

Esconder esse fato é não desejar confrontar o medo do que na verdade não conhecemos.

Não vivenciamos.

Penso eu, aqui nessa minha caixa, que morrer é algo dolorido.

Mesmo quando tantos falam sobre quem morre dormindo.

Que não sofre.

Não vejo assim.

Nascer, é lindo, mas também dói.

As crianças berram ao sair de suas bolhas.

A luz irrita as pupilas, os sons nos seus ouvidos, o ar entrando pela primeira vez em seus pulmões fora de sua antiga casa. Dói.

Morrer também. Tudo está partindo.

O ar está parando.

Os órgãos não querem funcionar.

A falta de controle do corpo.

A mente pode estar intacta mas o corpo está partindo.

Na minha concepção, dói.

Dói o corpo e a alma.

Sabemos que vamos.

Ainda assim na maioria das vezes não somos totais.

Não somos entregues da forma que deveríamos.

Mesmo sabendo o quanto somos breves.

Temos medos tão tolos que se bem pensados podem ser extintos.

Porque fato é que passamos.

E porque destinar nossa vida a viver fragmentos de tudo que na verdade deveríamos viver e ser?

A morte vem e para ela, sempre será cedo.

Porque temos tanto a viver.

Seja com 90 ou 5.

Seja como for.

Sempre temos muito a viver, simplesmente porque não vivemos como gostaríamos.

Por medo da vida, não vivemos.

Por medo da vida esquecemos que a morte se inicia quando a gente começa nossa vida.


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