sábado, 26 de agosto de 2017

Uma lágrima de amor

E hoje uma lágrima me abraçou inteira.
Vi os barcos, as luzes...
na praça o Teatro alto soava e ressoava aquela beleza toda,
aquela mágica.
Tão lindo.
No meu coração um corte sangrava você.
Me vi envolta em algo tão grande,
tão desconcertante,
"desconcentrante",
tão em mim, tão você.
Fui imersa.
Isso tudo me prendeu.
Lacrimou.
Me perdi.
Não sabia mais se havia onde eu estava.
O que era real em mim, será ficcional em você?
Doeu e precisei de um colo que não chegou.
E que não queria de qualquer outro ser aceitar.
Então,
prometi que não ia me derramar em nenhuma falácia.
Ia concentrar tudo bem junto e deixar maturar tudo,
pra me socorrer,
acabei lembrando-me do Mia,
quando dizia que o poeta escreve para ser livre de suas palavras.
Concordei.
Eis-me aqui numa rendição.
Em um vomitão.
Em um blá cheio de todo esse nosso super pá que envolve tantas letras cheias de duelos internos e entregas de amor.
Tô aqui,
longe,
de tudo.
Procurei onde começou isso a acontecer.
Onde se deu o inicio dessa troca...
como me dei assim pra você.
Quando recebi tua alma,
quando vi o coração,
como sorri e descobri que isso ia além.
Hoje procurei.
Te vi naquelas flores, bicicletas, árvores, sorrisos,
naquelas palavras belas, naquela busca de abrigo,
naquele conflito.
Me encontrei em você menino,
me encontrei no cheiro da sua presença.
Retribui a luz com luz,
o riso com sorriso,
o texto,
o amor.
Conseguiu quebrar todas as barreiras que eu com minha sabitude criei,
por tanto doer dessa vida que o tempo se me deu
e que eu nela superei mas condensei-me para não entregar tanto ouro assim.
Minha sabitude não valeu,
você me veio,
e como se fosse até história de papel,
aconteceu a troca,
o encontro,
reencontro,
uma coisa sem nome,
essa coisa tão assim que me dói um monte,
dá uma saudade imensa de ser tudo que ainda não se é.
É muita alma e um amor grandão.
Tão assim que medrei.
Juro.
Logo eu!
Medrei fundo.
Senti... chorei.
Até pensei: acho que inventei essa troca.
Não sei.
Acho que não é real.
Eu,
pensei:
"devo ter acolhido algo que nunca existiu..."


Meu Deus... isso realmente é amor.
É amor.

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