sábado, 26 de novembro de 2011

O que vi hoje confirma o que penso.

Hoje presenciei um assalto. Um carro e duas motos enquadraram um outro veículo e roubaram sua mercadoria. Foi triste, e a impotência em relação à situação frustra.

Ver aqueles homens e jovens fazendo tal coisa reforça meu desejo de trabalhar cada vez mais para inserção da arte e cultura na vida dos jovens e de todos aqueles que se abrirem para a oportunidade do novo.

Vejo e conheço crianças que nunca foram ao teatro. Adultos que nunca tiveram contato com manifestações artísticas e nada sabem sobre o mito da caverna, sobre a cultura grega e suas ricas influências no desenvolvimento das artes e sociedade, nada sobre Machado de Assis e sua importância para a literatura brasileira, nada sobre o município onde moram e seu desenvolviemtno social e político. Nada... seu entretenimento é a televisão, o bar, a noite e suas portas largas... Leitura? Nem pensar em mostro mais pavoroso!

O povo sofre por falta de conhecimento. O conhecimento transforma o ser, pluraliza as palavras, aumenta o campo de visão interna e externa, modifica as prioridades, impulsiona, traz questionamento e ação.

Concordo com o posicionamento de um dos principais autores do Curriculo quando refere-se à formação de pessoas sob forma organizacional operária. Quando observo a educação sem compromisso verdadeiro com a formação do cidadão pensante e distinto por suas habilidades internas.

Quando penso no ofício do ator hoje, no ofício do homem, do ser e sua resposabilidade social, coloco-me na posição de instrumento veícular para tal trajeto.

Lembro-me dos rostos e das risadas de crianças por todo o Rio de Janeiro, por onde passei com meu trabalho. Com meus textos, com a Trupe e a energia dos atores que se doaram a eles.

Falando de forma divertida sobre a importância do cuidado com a natureza e o planeta.
Uma forna de cooperar enquanto cidadã, atriz e produtora com tudo o que realmente importa:
A Vida.

Lembro-me dos adolescentes perguntando onde achariam o conto Fernando e fernanda de Machado de Assis, dos olhos atentos, dos risos constantes e estimulantes, das explicações sobre o que entenderam, da novidade recebida, aqueles que muitas vezes nunca haviam presenciado tanta energia em universo visto e imaginado com  tamanha agilidade e ludicidade.

Falando de autores nacionais, que marcam a vida e o universo literário e suas fases.
Divertindo e ensinando.
Esse é o intuito na elaboração dos textos.


Ver aqueles homens hoje trouxe-me a certeza de que preciso levar mais do que tenho levado. Pensar cada vez mais no todo. No outro, em mim, na minha profissão. No que temos para oferecer de nós e do que nós adquirimos ao outro. Da importância dos atores que trabalham nessa empreitada. Daqueles que percebem sua real função e sua tão nobre vocação.

O conhecimento liberta.


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