Quando o beijo fala mais que as palavras, quando o toque estremece o interior.
Era novo o sentir, o pulsar.
Quando o outro vira outro a olhos nus, quando as letras são consumidas pelo pensar e o acompanhante momentâneo é o medo de simplesmente perder-se no amar.
Era único, duplo e real. Dois sentindo tudo.
Como o desenrolar de um conto, tinha começo, meio e aquele fim era o melhor da história. A resolução, o auge da emoção. Mais do que corpos, almas. Mais que desejo, o enlaçar das mãos, do cheiro.
Saliva doce beijo, coração palpitante ecoando um sambinha de amor gritante escondido em frases não ditas na beira do abismo que tudo que é novo traz.
Era o suicídio da razão. Ela pulou coitada e nem se preparou para cair. No susto ela foi-se. Seus donos, acostumados a dominar tudo em milímetros, enlouqueceram com a possibilidade da tal emoção dominar-lhes a vida, temeram o aterrorizador sentimento inesperado dominá-los. Uma alma voou em si atrás da dona razão gritando:
"Ei espere-me razão! Tenho medo, não se vá não! Não posso viver o que quero! O que quero faz com que eu me perca, faz com que eu não domine meu eu - lírico eu!"
"Deixem-na ir. Não dizem que quem vai, vai por uma razão.
Se ela foi-se então, há explicação. É a hora do sentir vir e viver em mim."
Foram mais que simples corpos tocando-se. Foram histórias completando-se. Era o cumprimento do ciclo. Um encontro marcado e cumprido no sussurrar daqueles que viveram aquilo. Um sim anunciado a todos, um susto a eles, um prazer para a alma.
O sexo daquelas almas mudava o em torno. Mudava o pensamento. As palavras. Tinha a lentidão do sentir cada centímetro, tinha o aveludado de peles que se atraem, o afobamento o amor calouro, da paixão escondida atrás dos olhares... tinha o sonho na boca, os planos na alma, o futuro no sim, o medo no não, o fugir como opção e o viver tudo como plena aceitação do que sempre foi feito para ser.
Não se pode fugir do que é para ser...
2 comentários:
Era novo o sentir, o pulsar......bom começo de um poema ,levitante.massa ler vc ...msm.
Obrigada Matheus!!!! Obrigada querido!!!
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