sábado, 11 de fevereiro de 2012

Duelo.

Entendi o que disseste.
Disseste e pronto.
As palavras são somente palavras, mas as disseste.
Representam você.

As ações dizem mais de ti...
Mas és camuflado...


escondido...
Parece-mes oculto a ti também...

Desnudo-te quando entregas o teu sentir...
teus calores falam de ti...
teu olhar te mostras tão frágil e desabrigado...
A insegurança revela o menino...
Nem precisas falar.

Mas foi-se assim  o momento.
Não detenho o movimento.
Vais para onde quer ir...

Quer perder-se?
Vá!
Quer matar-se?
Vá!
Quer mentir-se?
Vá!
Quer entorpecer-te?
Vá!

Simplesmente vá...

Não detenho-o... nem o quero.

É incrível teu duelo.
Opõe-se ao interno.
Prefere o efêmero ao belo.
Prefere a tormenta que a entrega.

Escolhes ir à guerra.

Ausento-me das palavras.
Calo-me e escondo-te o coração.

Tu vens com espada na tua luta,
não sabes manuseá-la... 
Podes ser acertivo mesmo golpeando ao acaso...
Pode ferir-me então.

Reservo-me a não ser contigo.
Decidiu ser menino e vai viver suas fugas...
Suas lacunas bandidas...

É duelo.



Queria eu poder abrir-me tanto ao pleno que pudesses ser consumido pelo sim que há vivente em mim.
Queria eu poder compartilhá-lo contigo plenamente, espaçadamente,
com claridade de expressão...

O que tenho a dar é raro...

Queria eu falar-te das grandes soluções, dos risos e das noites quentes...
Queria eu dividir as coisas que já estão às portas mas tu não o sabes...
Coisas que seriam também tuas, mas não podes ver... tens a cegueira das coisas efêmeras...
Queria eu ser assim ao todo e lançar o todo em ti...
Mas na minha simples vivência sei eu: 
A verdade assusta.

Há um prazo, há um tempo.
Tudo é dado a seu tempo.
Todo acontecimento tem sua data e local.
As acontecem por um motivo certo.

Há de ser o tempo do enfrentamento.
Da verdade, da batida.

Vence aquele que enfrenta a si e revela-se sem medo de ser o que é.
Aquele que abre-se e mostra com clareza suas competências,
aquele que assume suas fraudes,
que divide suas dualidades,
que questiona seus impedimentos,
que não aceita nem mesmo o seu não.

Vence aquele que duela com as armas da luz.

Vence aquele que é, decididamente é, 
e não vive o duplo.






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